sexta-feira, 31 de outubro de 2008

AS PRAXES ESTÃO PROIBIDAS!

1ª CARTA ENVIADA AO CONSELHO DIRECTIVO DA ESAS

No ano em que se comemoram 120 anos do ensino das ciências agrárias, se exaltam e tecem os mais rasgados elogios às tradições, costumes e vivências muito próprios de uma instituição com história como é a nossa Escola, é com obvia indignação que nos vemos confrontados com o comunicado emitido por V. Exa., proibindo as praxes académicas desde o dia 15 de Outubro de 2008.
A leitura do comunicado não exclui uma explanação dos factos que levam à sua decisão, uma vez que, os motivos não são claramente explicados. Assim, de forma a podermos cumprir a nossa obrigação de manter a comunidade estudantil da ESAS, solicitamos nova comunicação do gabinete de V. Exa. em que sejam enumerados, de forma clara e objectiva, os motivos que fundamentam a sua decisão já entretanto promulgada.
Consideramos ser esta uma medida a curto prazo que poderá desfazer as dúvidas e parar a especulação levantada em redor deste tema tabu – praxe – como todos estão lembrados na história recente desta Escola, manchando o bom-nome que enverga desde sempre.
Sempre no intuito de colaborar, não só com V. Exa., mas com as instâncias superiores da ESAS e do Instituto, e no cumprimento do disposto no comunicado emitido, procedemos à inevitável dissolução da Comissão de Praxe 2008, responsável pela recepção, acompanhamento e orientação dos Caloiros, não só na ESAS mas também na cidade de Santarém. No entanto, cremos esta não ser a melhor solução para os Caloiros, indivíduos que chegam ao ensino superior com motivações e sonhos por concretizar próprios da irreverência dos jovens em primeiro ano, muitos longe da alçada dos pais e com uma vida de maior independência por viver, que lhes poderá ser vedada com esta sua iniciativa. Com inteligência e diálogo julgamos ser possível chegar a um entendimento entre todos.
Salientamos também, que a inexistência de uma comissão de alunos que orientem a chegada dos Caloiros, promova o ressurgimento da praxe “selvagem” sem o mínimo controlo, na Escola e fora dela, tanto em uso no tempo dos regentes agrícolas e que através de transmissão oral chega até nós, preocupando-nos o facto, daí sim, poderem ocorrer situações verdadeiramente preocupantes para o bom-nome e integridade física dos Caloiros.
Aguardando céleres notícias, despedimo-nos com as saudações académicas

Ao alto, ao alto Charruas!

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